Nada de novo. Tudo na mesma. O mesmo odor, os mesmos sons, o mesmo paladar, as mesmas vontades.
É sempre assim quando está para chegar um novo ano. Como se com ele viessem novas oportunidades de vida. Vergonhosa mentira. Tudo fica na mesma. Há, talvez, mais mudança de 21 para 22 de Dezembro, ou de 21 para 22 de Junho, do que de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro. No entanto, esta maldita esperança de que tudo vai melhorar, tudo vai ser diferente.
E era neste estado de espírito que um telefonema, que confesso quase me furou os tímpanos, da Pat me encontrou.
– “Bámos” jantar fora.
– Quando? Onde? A que propósito?
(Como se um conjunto de amigas de longa (ou nem tanto) data precisassem de um motivo para irem jantar fora.)
– A Jô voltou de Moçambique.
– Mas ela não disse que nem vinha para o Natal?
– Isso é uma longa história, depois explico-te, afinal vens ou não??
Nesta altura percebi, que estava a colocar demasiados entraves. Afinal o que é que me impedia de ir jantar fora? De me ir divertir? Nada. E a vontade era tanta....
– Mas vamos onde?
– Sei lá, mas isso importa??? Caramba tu não eras assim.
(Silêncio)
Sentia aquela frase a ressoar dentro de mim. Pois não, não era assim. Em que ruas me perdi, em que portas deixei a minha alegria de viver? Aquela alegria contagiante que me caracterizava. Que conquistava tudo e todos. A frase que mais ouvia era, pensava que eras uma megera, fria, calculista. Ao que eu respondia, afinal sou tudo isso mas faço-te rir, não é?! Sinto saudades de mim....
– Não digas mais nada. A que horas passas em minha casa?
In a whisper: Estava muito mais ansiosa do que aquilo que queria admitir.
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